quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Importância do Amor na Caminhada Cristã

Sermão em 1 João 2.7-11

Introdução. O que é o amor? Como é difícil defini-lo, mas fácil é descrevê-lo! Justamente é isso que a Bíblia faz, especialmente, em 1Co 13. Isso é o que fazem os poetas, como Luiz Vaz de Camões, que através de figuras consideradas contraditórias, procura defini-lo. Porém, nada é tão difícil quanto vivê-lo.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões


Elucidação. A primeira carta do apóstolo João é uma “peneira dos verdadeiros cristãos”, através da qual ele expõe os parâmetros do verdadeiro discípulo. Nesse propósito, ele fala da importância do amor na vida cristã:

I. O Amor é um Mandamento (vv.7.8):

A. Um mandamento antigo – “7 Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes.”
(a) Por que o Antigo Testamento já preceituava – Mt 22.37.
(b) Por que os crentes, aos quais João escreve, já tinham sido ensinados sobre esse mandamento central do Evangelho.

B. Um mandamento novo – “8 Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.”
(a) Por causa de Cristo – ele nos amou primeiro, por isso devemos amar aos irmãos - João 13:34 - "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros".
(b) Por que aqueles crentes já não eram filhos das trevas, e sim filhos da luz, e na sua caminhada deveriam refletir essa luz.

C. Mandamento é diferente de sentimento – o amor é mais do que um sentimento. Pensar que o amor é mero sentimento pode gerar alguns problemas:
(a) Gera um sentimento vazio sem ação – ex.: “eu amo, mas não ajudo!”
(b) Uma desculpa para a falta de ação – “Eu não ajudo, pois isso seria hipocrisia, já que não consigo amá-lo”.

D. O amor é mandamento. Envolve atitudes, pode envolver sentimentos, mas concretiza-se em atitudes. Ex.:
(a) É da de beber ao inimigo que tem sede - Romanos 12:20 "Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça".
(b) É cuidar da esposa como se cuida do próprio corpo - Efésios 5:28 "Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama".
Aplicação. Amar é uma ordem! Devemos cumprir!

II. O Amor é Uma Marca (vv.9-11):

A. Como marca a sua ausência denuncia a falsa fé – v. 9 Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.
(a) O ódio é uma marca dos que não foram alcançados pela luz - Tt. 3.3: Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.
(b) O ódio é uma marca natural do homem sem Cristo, o novo homem é recriado para a justiça.

B. A sua presença demonstra a verdadeira fé - 10 Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.
(a) Deus é luz, quem está na luz, está nEle.
(b) Não tem do que ser acusado, a não ser do bem.

C. A sua ausência demonstra a cegueira espiritual – v. “11 Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos”.
(a) O Diabo cega o entendimento dos incrédulos - 2Co 4.4 "nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus".
(b) O falso professo não possui a verdadeira convicção de salvação, no máximo uma ilusão carnal que os leva ao precipício.
Aplicação. O amor é uma marca daquele que foi alcançado pelo amor de Deus.


Conclusão

João é chamado de o “discípulo amado”, pois ele mais do que qualquer outro apóstolo amou Cristo desde o princípio e demonstrou isso na sua vida. Foi ele o único a morrer de velho, e já debilitado pela idade ele era levado para a igreja e lá somente o que ele conseguia dizer era: “amai uns aos outros!” Um dia alguém perguntou o porquê dele dizer somente aquilo, e ele respondeu: “eu só consigo dizer isso, e se vocês fazerem isso e já basta!”


Andriel Cleber Santos de Araújo

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